segunda-feira, 26 de setembro de 2011

BIBLIOGRAFIA

Bibliografias referentes aos tópicos:
- Nacionalismo como causa da 1ª Guerra Mundial
- Nacionalismo e extrema direita : Nazismo , fascismo e a 2 ° guerra mundial

http://www.infoescola.com/historia/causas-da-primeira-guerra-mundial/

http://www.coladaweb.com/historia/fascismo,-nazismo-e-a-segunda-guerra

> Nacionalismo e extrema direita : Nazismo , fascismo e a 2 ° guerra mundial

- Fascismo

Regime político de caráter totalitário que surge na Europa no entreguerras (1919-1939). Originalmente é empregado para denominar o regime político implantado pelo italiano Benito Mussolini entre 1919 e 1943. Suas principais características são o nacionalismo, que tem a nação como forma suprema de desenvolvimento, e o corporativismo, em que os sindicatos patronais e trabalhistas são os mediadores das relações trabalhistas. O fascismo nasce oficialmente em 1919, em Milão, quando Mussolini funda o movimento intitulado Fascio de Combatimento, cujos integrantes, os camisas pretas (camicie nere), se opõem à classe liberal. Em 1922, as milícias fascistas desfilam na Marcha sobre Roma. Pretendem tomar o poder militarmente e ocupam prédios públicos e estações ferroviárias, exigindo a formação de um novo gabinete. Mussolini é convocado para chefiar o governo do país, que atravessa profunda crise econômica, agravada por greves e manifestações de trabalhadores. Por meio de fraudes, os fascistas conseguem maioria parlamentar. Em seguida, Mussolini dissolve os partidos de oposição, persegue parlamentares oposicionistas e passa a governar por decretos. As características do regime são cerceamento da liberdade civil e política, unipartidarismo, derrota dos movimentos de esquerda e limitação ao direito dos empresários de administrar sua força de trabalho. A política adotada, entretanto, é eficiente na modernização da economia industrial e na diminuição do desemprego.

- Nazismo

Regime político de caráter totalitário que se desenvolve na Alemanha durante as sucessivas crises da República de Weimar, entre 1919 e 1933. Baseia-se na doutrina do nacional-socialismo, formulada por Adolf Hitler, que orienta o programa do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP). De caráter nacionalista, defende oracismo, a superioridade da raça ariana e a luta pelo expansionismo alemão e nega as instituições da democracia liberal e a revolução socialista. A essência da ideologia nazista encontra-se no livro de Hitler, Minha Luta (Mein Kampf).
Ao final da I Guerra Mundial, além de perder territórios para França, Polônia, Dinamarca e Bélgica, os alemães são obrigados pelo Tratado de Versalhes a pagar altas indenizações aos países vencedores. Essa penalidade faz crescer a dívida externa e compromete os investimentos internos, gerando falências, inflação e desemprego em massa. As tentativas frustradas de revolução socialista (1919, 1921 e 1923) e as sucessivas quedas de gabinetes de orientação social-democrata criam condições favoráveis ao surgimento e à expansão do nazismo no país. O NSDAP, utilizando-se de espetáculos de massa (comícios e desfiles) e dos meios de comunicação (jornais, revistas, rádio e cinema), consegue mobilizar a população por meio do apelo à ordem e ao revanchismo. Recebe ajuda da grande burguesia, que teme o movimento operário. Favorecidos por uma divisão dos partidos de esquerda, os nazistas são vitoriosos nas eleições de 1932. Em 1933, Hitler é nomeado primeiro-ministro, com o auxílio de nacionalistas, católicos e setores independentes. Um ano depois se torna chefe de governo (chanceler) e chefe de Estado (presidente). Interpreta o papel de führer, o guia do povo alemão, criando o III Reich (III Império).

Com poderes excepcionais, Hitler suprime todos os partidos políticos, exceto o nazista; dissolve os sindicatos; cassa o direito de greve; fecha os jornais de oposição; e estabelece a censura à imprensa. Apoiando-se em organizações paramilitares, SA (guarda do Exército), SS (guarda especial) e Gestapo (polícia política), realiza perseguições aos judeus, aos sindicatos e aos políticos comunistas, socialistas e de outros partidos. O intervencionismo e a planificação econômica adotados por Hitler eliminam, no entanto, o desemprego e impedem a retirada do capital estrangeiro do país. Há um acelerado desenvolvimento industrial, que estimula a
indústria bélica e a edificação de obras públicas. Esse crescimento se deve em boa parte ao apoio dos grandes grupos alemães, como Krupp, Siemens e Bayer, a Adolf Hitler. Em desrespeito ao Tratado de Versalhes, Hitler reinstitui o serviço militar obrigatório, em 1935, remilitariza o país e envia tanques e aviões para amparar as forças conservadoras do general Francisco Franco durante a Guerra Civil Espanhola, em 1936. Nesse mesmo ano promove o extermínio sistemático dos judeus por meio da deportação para guetos ou campos de concentração. Anexa a Áustria e a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia (1938). Ao invadir a Polônia, em 1939, dá início à II Guerra Mundial.
Terminado o conflito, instala-se na cidade alemã de Nürenberg um tribunal internacional para julgar os crimes de guerra cometidos pelos nazistas. Realizam-se 13 julgamentos entre 1945 e 1947, 25 alemães são condenados à morte, 20 à prisão perpétua, 97 a penas curtas de prisão e 35 são absolvidos. Dos 21 principais líderes nazistas capturados, dez são executados por enforcamento em 16 de outubro de 1946.


- Neonazismo
A partir dos anos 80, na Europa, há uma retomada de movimentos autoritários e conservadores denominados neonazistas, principalmente na Alemanha, Áustria, França e Itália. Eles são favorecidos, entre outros motivos, pela imigração, pela recessão, pelo desemprego e pelo ressurgimento de velhos preconceitos étnicos e raciais. Manifestam-se de forma violenta e têm nos estrangeiros o alvo preferencial de ataque. Em determinados países, os movimentos neonazistas valem-se também da via institucional parlamentar, como o partido político Frente Nacional, na França. No Brasil, carecas, skinheads e white power são alguns dos grupos em evidência nos grandes centros urbanos, promovendo ataques verbais, pichações e agressões dirigidas principalmente contra os migrantes nordestinos.

- Encarregado de execuções e da segurança de Hitler

Sigla de Schutzstaffel (‘esquadra de proteção’), organização do Partido Nacional-socialista (nazista) alemão, encarregado do serviço de segurança e dos programas de execuções em massa que iniciaram a chamada ‘solução final’. Foi constituída, em 1925, como guarda pessoal de Adolf Hitler. Em 1929 Heinrich Himmler passou a comandá-la, organizando, em 1932, uma unidade de inteligência, a SD (Serviço de Segurança das SS), cuja direção foi entregue a Reinhard Heydrich. Em março de 1934 as SS assumiram a direção de todas as organizações policiais alemães, assim como da Gestapo. Algumas de suas unidades confinaram 2,3 milhões de judeus em guetos. Em 1941 Hitler ordenou a ‘solução final das questões judia na Europa’, cuja conseqüência foi o Holocausto. Foram colocados em funcionamento os campos de extermínio, nos quais morreram pelo menos 3 milhões de judeus. Em 1944, Hitler ao ser informado que Himmler tentara negociar com os países aliados, contra as potências do Eixo, extinguiu as SS, expulsando Himmler do partido. Em 30 de abril de 1945, o Führer se suicidou.

Heinrich Himmler, (1900-1945), oficial alemão nazista. Foi chefe da SS e da Gestapo. Pôs em prática o programa destinado a exterminar as populações judia e os oponentes do regime de Adolf Hitler. Este lhe nomeou ministro do Interior em 1943.

- Gestapo e Hermann Goering

Gestapo (Geheime Staatspolizei ou Polícia secreta), aposta que designa a polícia política do regime nazista, que tomou o poder na Alemanha de 1933 a 1945. Foi fundada por Hermann Goering em 1933 com o objetivo de perseguir aos oponentes políticos do nacional-socialismo.
Os suspeitos eram arrastados e internados habitualmente em campos de concentração. Sob o comando de Heinrich Himmler, que dirigia o ramo paramilitar das SS, essas foram se infiltrando
na Gestapo. Durante a II Guerra Mundial se transformou em um instrumento quase onipotente à serviço dos planos racistas de Hitler. Ao terminar a contenda, foi dissolvida e declarada organização criminosa.

Hermann Goering, (1893-1946), militar e político alemão. Conheceu Adolf Hitler em 1921 e um ano mais tarde se transformou em um dos líderes do Partido Nacional Socialista (nazista). Foi ministro da Aeronáutica, ministro presidente da Prússia, ministro do Interior e chefe de todas as forças de segurança alemãs. Concebeu a política de terror empregada na II Guerra Mundial, na qual se bombardearam e arrasaram cidades inteiras para submeter seus habitantes.

- Os salvadores de Judeus no Nazismo

Oskar Schindler, (1908-1974), industrial alemão cuja atuação salvou a vida de numerosos judeus durante o nazismo. Conseguiu, mediante subornos, que seus trabalhadores não fossem para o campo de concentração de Auschwitz. Em 1961, foi convidado à Israel, onde recebeu a Cruz do Mérito, existe até um filme de Steven Spilberg "A lista de Schindler" contando seus atos de heroísmo que salvaram vários judeus.

- Goering do bem
Irmão do braço direito de Hitler salvou judeus e outros perseguidos pelos nazistas.Seu irmão, Hermann Goering, era o braço direito de Adolf Hitler, criou a Gestapo e foi um dos principais responsáveis pelo genocídio dos judeus europeus. Albert Goering tinha índole inteiramente diferente. Arriscou sua vida (e soube tirar proveito do poder do irmão) para salvar muitos judeus e outros perseguidos pelo regime nazista. Preso depois da derrota da Alemanha na II Guerra — primeiro pelos aliados, depois pela Checoslováquia —, Albert beneficiou-se do testemunho de pessoas que ajudou e pôde recomeçar a vida com um certificado de inocência. O paralelo com Oskar Schindler, popularizado por Steven Spielberg no filme A Lista de Schindler, é inevitável. A história de Albert Goering, contudo, é quase desconhecida, além de mais surpreendente. Quem iria imaginar que o irmão do sucessor designado de Hitler tenha permanecido durante toda a guerra firmemente do lado do bem?

Albert entregou-se ao Exército americano em maio de 1945, certo de que os aliados iriam tentar capturá-lo por causa do parentesco com o Reichsmarschall Hermann Goering. Num relato entregue aos americanos, Albert enumerava suas atividades desde 1933. Afirmou nunca ter-se filiado ao Partido Nazista. Ao contrário, havia sido "um ativo combatente contra o nacional-socialismo", além de ter ajudado "dezenas de judeus". Também apresentou uma lista de 34 pessoas que salvou da Gestapo. Como prova adicional, dizia que Heinrich Himmler, o chefe das SS, chegou a ordenar sua prisão por atividades antinazistas. As afirmações eram mais incríveis por ser verdadeiras.

- Suicídio em Nuremberg
Hermann Goering, o irmão mais velho, é uma figura de destaque entre os maiores vilões do século. Chefe da Luftwaffe, a Força Aérea alemã, e criador da Gestapo, a polícia política, ele foi também o idealizador dos campos de concentração. Condenado à forca no Tribunal de Nuremberg, suicidou-se com uma cápsula de cianureto horas antes da execução. Seria possível que, sob suas barbas, o próprio irmão desafiasse o credo totalitário nazista? Um dos melhores relatos sobre a saga do irmão bom-caráter do carrasco nazista foi ao ar no Channel 4, na Inglaterra. Parte desse material havia sido publicada em forma de reportagem no jornal inglês Sunday Times seu autor, Adam LeBor, conta ter ouvido de testemunhas como Albert se recusava a usar a saudação nazista. Sempre que era recebido com um braço levantado e o Heil Hitler, tirava o chapéu e respondia com um polido "bom-dia". O irmão perverso, Hermann, chamava-o de "ovelha negra da família", embora sempre o salvasse de encrencas.

Não há, na verdade, nada na família Goering que justifique o anti-semitismo fanático de Hermann — exceto, e sobre isso só os psicanalistas podem especular, o fato de um amigo judeu da família ter sido amante de sua mãe durante quinze anos. Esse homem, Hermann von Epenstein, era padrinho de ambos, e os meninos passaram parte da infância em seu castelo na Bavária. Sempre houve especulações sobre a paternidade do caçula. A suspeita era reforçada pela tez morena e cabelos escuros de Albert, tão diferentes do loiro Hermann, que os nazistas consideravam o protótipo do perfeito "ariano". Os irmãos eram extremamente ligados, o que deve explicar a tolerância do chefe nazista em relação ao rebelde.

- Salvo-conduto
Quando os alemães anexaram a Áustria, em 1938, Albert era empregado de uma companhia cinematográfica cujo proprietário, o judeu Oskar Pilzer, foi preso. "Meu pai e Albert não eram amigos", relembrou um filho de Oskar, Georges, hoje com 77 anos, em depoimento a LeBor. "Mas, quando os nazistas o prenderam, Albert conseguiu libertá-lo na mesma tarde." No ano seguinte, Albert foi trabalhar como diretor de exportação da Skoda, a grande metalúrgica checa, então sob controle dos nazistas, que tinham ocupado o país. Os diretores da Skoda acharam ótimo ter entre eles o irmão do número 2 do regime nazista. Albert ajudou a impedir que a fábrica fosse desmontada e levada para a Alemanha. A indústria era o centro da resistência checa — e Albert com certeza sabia disso.

Como Schindler, Albert era um homem de negócios que soube tirar proveito de suas conexões com a cúpula nazista e viver confortavelmente num mundo mergulhado no horror. Não é por isso que a História irá julgá-lo — o que pesa são depoimentos como o do médico Ladislav Kovacs, judeu húngaro que conheceu Albert em Roma, hoje disponíveis nos arquivos públicos em Londres. Albert propôs a Kovacs abrir uma conta bancária na Suíça para ajudar judeus e outros refugiados do regime nazista. Em 1943, quando os nazistas invadiram a Itália, Albert escreveu pessoalmente um salvo-conduto para Kovacs e sua família — documento sem valor legal, mas nenhum agente da Gestapo ousaria afrontar o irmão do Reichsmarschall. Exibindo o sobrenome poderoso, Albert passou toda a guerra providenciando dinheiro e documentos para pessoas perseguidas pela Gestapo. Umas poucas são bem conhecidas, como Jan Moravek, diretor da Skoda e líder da resistência checa, ou o compositor Franz Lehar, de A Viúva Alegre, e sua mulher, a judia Sophie Paschkis. Albert conseguiu do ministro da Propaganda nazista, o sinistro Joseph Goebbels, um certificado de "ariana honorária" para Sophie.

Há registros de como os irmãos Goering mantinham negócios lucrativos (afinal, Albert fabricava armamentos e faturou alto com a guerra). Hermann chegou a advertir o irmão para se manter longe dos "assuntos de Estado", eufemismo para o extermínio dos judeus. O caçula era, entretanto, incorrigível. Em 1944, foi finalmente preso, por se recusar a sentar à mesma mesa com um figurão nazista que certa vez assassinara um político socialista. Como sempre, o irmão o socorreu. Albert Goering casou quatro vezes e morreu em 1966, depois de trabalhar como projetista e engenheiro numa firma de construção em Munique. Nunca falava sobre a história excepcional que viveu durante a guerra.



> Nacionalismo como causa da 1 ° guerra

- Causas da 1ª Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial começou em agosto de 1914 e terminou em novembro de 1918. Os principais participantes da guerra formaram duas grandes alianças:
- Tríplice Entente, formada pela Inglaterra (Império Britânico), França, Rússia (até 1917, quando começou a Revolução Russa) e Estados Unidos a partir de 1917. - Tríplice Aliança, formada pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano. Após a guerra, o cenário geopolítico da Europa estava completamente diferente.

Causas Há várias causas prováveis para a primeira guerra mundial. O evento principal que marcou o início da guerra, foi o assassinato de Francisco Ferdinando, herdeiro do trono Austro-Húngaro. O assassino foi Gavrilo Princip, que era integrante de um grupo terrorista (ou nacionalista) chamado Mão Negra, que visava unir os territórios que continham sérvios. Mas este ocorrido é o de menos, foi apenas o estopim.
Na década de 20, a explicação mais usada para a guerra foi a de que a Alemanha começou atacando e invadindo a Bélgica no dia 3 de agosto de 1914, e os Austro-Húngaros invadiram a Sérvia dia 29 de Julho do mesmo ano. Por terem sido os primeiros a atacar, os alemães e austro-húngaros foram considerados os culpados pela guerra, tendo de pagar uma quantia enorme de dinheiro para reparar danos da Tríplice Entente. O valor era o correspondente á aproximadamente 20 bilhões de dólares hoje. Em 1931 essa dívida foi extinta.

- Rivalidades
A rivalidade entre Alemanha e Inglaterra também é uma das causas. Os Ingleses sempre dominaram os mares da europa (desde a época do descobrimento do Brasil!), e os alemães, claro, não gostavam nada disso. Iniciou-se uma corrida armamentista, desenvolvimento de navios de guerra, etc. A tensão aumentou quando a Inglaterra construiu o revolucionário encouraçado HMS Dreadnought:

* Militarismo e Aristocracia
Já os americanos, culpam a aristocracia da Alemanha, Rússia e do Império Austro-Húngaro, que mandava nesses países. Eram militaristas, deixando de lado a democracia. Os americanos, com essa desculpa, entraram na primeira guerra mundial, e os Russos saíram da Tríplice Entente.
* Nacionalismo
O nacionalismo, que se expandia rapidamente pela Europa na época, alimentado pelas guerras perdidas, rivalidades, e a mídia, contribuiu bastante para a Guerra. Os cidadãos da Sérvia e do Império Austro-Hungaro clamavam por uma guerra, para defender a sua honra.
* Revanchismo
Os alemães dominavam uma região chamada Alsácia e Lorena, que, inicialmente era mesmo do povo alemão, mas foi tomado por Luís XIV da França, em 1648. Os franceses devolveram o território aos alemães, devido ao Tratado de Frankfurt (guerra franco-prussiana). Com isso, surgiu um sentimento de revanchismo nos franceses.

> Revoluções

- O princípio
A reação conservadora resultante do Congresso de Viena e da Santa Aliança, assinada entre Áustria e Rússia com o apoio da Inglaterra, não consegue impedir que os ideais revolucionários continuem a se expandir. Como por exemplo, As revoluções da América luso-espanhola, que foram bem-sucedidas e a Grécia se libertaram do julgo turco.
Por volta de 1830, uma nova onda revolucionária abalou a Europa: na França, Carlos X, sucessor de Luís XVIII, foi obrigado a abdicar do poder; a Bélgica, dominada pela Holanda, rebelou-se, proclamando sua independência; na Itália, as associações revolucionárias impuseram uma Constituição; na Alemanha eclodiram movimentos liberais constitucionalistas; a Polônia tentou obter sua independência.

- Primavera dos povos
“Primavera dos povos” – É como fica conhecido o período dos movimentos revolucionários de independência nacional ocorridos na Europa entre 1848 e 1849, embora nem todos tenham se consolidado. Em várias partes da Europa eclodem revoltas em busca da independência e da identidade nacional.

- 1848 na Alemanha
Em Março de 1848, as manifestações e os comícios começaram. Os liberais exigiam uma Constituição, houve um choque entre soldados e manifestantes e logo surgiram barricadas por toda a cidade, lutando unidos contra as tropas reais burgueses, pequeno-burgueses e operários. O rei mandou os soldados saírem da cidade e a ordem passou a ser controlada por uma milícia civil. A bandeira vermelha, negra e dourada - símbolo de uma Alemanha unida e liberal - triunfava nas cidades prussianas. O rei identificou-se publicamente com a causa nacional alemã. Os conservadores, que queriam uma Alemanha unida, sob o domínio da Prússia, mas não liberal, começaram a articular uma reação.
A burguesia tentou tomar partido da revolução de Março de 1848 para unificar os estados alemães. A revolução expandiu-se por quase todos os Estados alemães. Ao mesmo tempo em que o Parlamento se ocupava de infindáveis debates, os poderosos latifundiários e os príncipes debatiam-se com a contra-revolução. No mês de Abril desse ano, Marx e Engels tinham chegado à Alemanha onde se foram fixar na zona da Renânia.
Em Junho saía nesse local a "Gazeta Renana", dirigida pelo ideólogo socialista Karl Marx, e custeada por industriais liberais. Este periódico procurou forjar uma aliança entre socialistas e liberais em prol da democracia.
Em Dresden, um reduto liberal e democrata, rebentou um movimentou popular. Em grande parte insuflada por periódicos como a "Gazeta de Dresden", que publicava artigos de Mikhail Bakunin, e "Páginas Populares", para o qual contribuía o compositor Richard Wagner, o movimento carecia de organização. A violenta batalha foi vencida pelas tropas governamentais, que estavam em maior número. Engels deixou Colônia em 10 de Maio de 1849 por Elberfeld, no Reno, cidade onde se ocupara da direção das barricadas. Bakunin foi preso e condenado à morte, mas sua pena foi comutada para prisão perpétua.
Em 1849 foi redigida uma Constituição para a Alemanha. Um Parlamento foi reunido em Frankfurt. Neste, os representantes dos Estados alemães perderam-se em discussões a respeito da unificação: havia os defensores da República (com partidários do federalismo, unitarismo e da democracia); outros defendiam a solução monárquica, tendo adeptos da participação da Áustria (seria a Grande Alemanha), e outros, com a exclusão da Áustria e predomínio da Prússia (seria a Pequena Alemanha). A solução encontrada, proposta pela burguesia, já em 1849, foi a de uma Monarquia federal governada pelos Hohenzollern (dinastia prussiana), sendo a Coroa da Alemanha oferecida a Frederico Guilherme IV que, pressionado pela ação dos nobres, recusou-a e não aceitou a Constituição de Frankfurt. Esta atitude foi repetida pelo governo da Áustria e dos outros Estados alemães. Embora o povo e os revolucionários quisessem ver aprovada esta Constituição, acreditando que ela poderia trazer algum progresso em termos de liberdades civis, esta também não lhes satisfez totalmente, visto que deixava o poder nas mãos dos antigos líderes. Começou assim a contra-revolução da nobreza. Em Novembro de 1848, a Assembléia Nacional de Frankfurt foi dissolvida sem oposição pela Prússia, o sufrágio universal suprimido e os privilégios da nobreza restabelecidos. Primeiro na Áustria, depois na Prússia, a restauração conservadora acabou por triunfar em toda a Alemanha. O sonho de uma Alemanha unida e democrática estava morto. A burguesia liberal alemã fracassara.
O triunfo da Revolução de 1948 e as agitações operárias atemorizavam a burguesia alemã. Ela não aprofundou a revolução nem consolidou seu poder, como fizeram os ingleses (1688) e os franceses (1789). Abandonou seus aliados da véspera, pequeno-burgueses democratas e operários, e recompôs-se com a nobreza restauradora. Nos diversos Estados, as conquistas obtidas (liberdades, diversas Constituições) foram anuladas e o poder dos governantes restaurado em sua plenitude.
Assim ocorreu em Viena, permitindo que os Habsburgo cuidassem das nacionalidades submetidas, como se deu na Hungria, onde Kossuth proclamara a independência e a República: com o apoio da Rússia, a Áustria derrotou os hungaros e os manteve integrados ao Império Austríaco. Foi então que Frederico Guilherme IV, aproveitando-se da exaltação nacionalista, tentou promover a unificação com o apoio de outros governantes, sem participação da Áustria; contudo, os dirigentes austríacos, tendo sufocado os movimentos na Itália, na Hungria e na própria Áustria, e dispondo ainda do apoio da Rússia, obrigaram o soberando prussiano a encerrar as negociações que vinha promovendo Assim, também se frustraram as Revoluções na Alemanha, não só pela divisão entre os revolucionários, mas principalmente pela debilidade de um capitalismo ainda nascente na Alemanha. Não obstante, o saldo das Revoluções apontou o caminho a seguir: a unificação deveria ser promovida pela Prússia, não mais pela via revolucionária (a emergência de ideologias proletárias levou a burguesia a se desvincular do proletariado), porém, sob a direção dos Hohenzollern.

- Acontecimentos importantes nas revoluções
Os preços dos produtos agrícolas subiram violentamente e a situação das classes inferiores piorou. Uma crise na indústria, particularmente no setor têxtil. O aumento da produção ocasionou a superprodução. A crise na agricultura diminuiu ainda mais o consumo dos produtos manufaturados pelo empobrecimento dos camponeses. A paralisação das atividades fabris resultou em dispensa dos trabalhadores e redução nos salários, exatamente quando os preços dos gêneros de primeira necessidade subiam vertiginosamente.

- Conclusões finais
Após três dias de lutas (27, a 29 de julho de 1830), a revolução venceu. Carlos X fugiu; e o duque Luís Filipe de Orléans foi proclamado “rei dos franceses, pela graça de Deus e pela vontade do povo”.
A revolução parisiense alentou os liberais e nacionalistas da Europa e provocou uma série de rebeliões em diversos países.
A Bélgica foi a primeira a seguir o exemplo francês. Logo após estouraram sublevações na Polônia, Itália e Alemanha. Mas nestes três últimos países, os movimentos fracassaram. Somente teve êxito a revolução dos belgas.
A Polônia, pertencia, na sua maior parte, à Rússia. Despoticamente governados pelo czar Nicolau I, os poloneses sublevaram-se. Não receberam, porém, o esperado apoio da França ou da Inglaterra, e acabaram sendo derrotados após heróica resistência.
Na Itália, os maçons e carbonários provocaram revoltas nos ducados de Parma e Toscana, e nos Estados da Igreja (1831), onde estabeleceram governos constitucionais. Mas as tropas austríacas sufocaram rapidamente essas insurreições.
Na Alemanha, os liberais fizeram estourar movimentos em prol de constituições moderadas. Tiveram êxito em vários ducados e reinos (Saxônia, Hanôver, Brunswick), mas a Áustria (Metternich) e a Prússia anularam essas concessões.
Na Bélgica, o Congresso de Viena (1815) tinha anexado a Bélgica à Holanda. Havia, porém, entre belgas e holandeses, profundas diferenças de raça, língua e religião – além de sérias divergências econômicas.
Tudo isso se agravou com “a estúpida tirania” do rei holandês. Em agosto de 1830, os belgas sublevaram-se. Graças ao apoio militar da França e a aprovação da Inglaterra, a revolução triunfou. Estabeleceu-se, então uma monarquia constitucional, de regime parlamentar.
Em 1839, o rei da Holanda e os governos da Inglaterra, França, Áustria, Prússia e Rússia – reconheceram a independência da Bélgica e garantiram a sua perpétua neutralidade.
A revolução grega foi anterior às revoluções liberais de 1830. É um dos episódios da chamada “Questão do Oriente”.
Em 1821, os gregos rebelaram-se contra o tirânico domínio turco. A luta, feroz de ambas as partes, durou oito anos. Todos os europeus simpatizavam com a causa helena e muitos foram os voluntários, de diversos países, que acorreram em auxílio da Grécia. Os governos, porém, mantinham-se alheios ao conflito – em virtude da doutrina “legitimista”, um dos fundamentos da política reacionária de Metternich.
No ano de 1828 a Rússia declarou guerra à Turquia. Em pouco mais de um ano, as forças russas chegaram às portas de Constantinopla. O sultão viu-se forçado a pedir a paz. A Turquia assinou o Tratado de Andrinopla (1829), no qual reconheceu a independência da Grécia.

> O caso da Grécia

A Queda de Constantinopla em 1453 e a subsequente queda de Trebizonda (Grego: Trapezous ou Trapezounda) e Mistra em 1461 marcaram o fim da soberania grega por praticamente quatro séculos. O Império Otomano passou a controlar toda a Grécia, com a exceção das Ilhas Jónicas e a península de Mani , após as conquistas dos territórios remanescentes do Império Bizantino com o passar dos séculos XIV e XV. Apesar de os gregos terem preservado a cultura e as tradições, principalmente por meio da Igreja Ortodoxa Grega, eles foram um povo submisso e sem direitos políticos básicos. Entretanto, nos séculos XVIII e XIX, com o crescimento do nacionalismo revolucionário por toda a Europa, inclusive na Grécia (em larga medida, devido à influência da Revolução Francesa), o poder do Império Otomano estava declinando e o nacionalismo grego começou a afirmar-se. A causa grega começava a obter apoio não apenas dos filelenos ocidentais europeus, mas também dos muitos mercadores gregos espalhados pela Europa Ocidental e pela Rússia, que prosperaram com a guerra russo-turca de 1768–1774 e o Tratado de Küçük Kaynarca, que permitiu a navegação dos mercadores gregos sob bandeira russa.

BIBLIOGRAFIA

Bibliografias referentes aos tópicos:

- O Nacionalismo no Século XXI
- Sobre o conflito no Oriente Médio
- Os fatores sociais em confronto

http://www.espacoacademico.com.br/012/12col_rattner.htm

http://nacionalismo-de-futuro.blogspot.com/2003/09/o-nacionalismo-do-sculo-xxi-rumos-e.html

http://www.espacoacademico.com.br/012/12col_rattner.htm

> Os fatores sociais em confronto

Quando os ingleses abandonaram seu mandato e se retiraram da Palestina, as Nações Unidas recomendaram a divisão em dois Estados, um judeu e um árabe, de acordo com a concentração demográfica das respectivas populações. Os árabes recusaram a partilha, lançando-se em uma guerra em que prometiam “jogar os judeus no mar”. No final do conflito e o cessar-fogo de 1949, a Jordânia tinha ocupado a Cisjordânia e a parte oriental de Jerusalém e o Egito, a faixa de Gaza. Durante os dezoito anos que se seguiram, não houve nenhuma tentativa por parte dos países árabes de integrar e assentar pelo menos parte dos refugiados palestinos, enquanto Israel recebeu entre 500-600.000 refugiados judeus, expulsos dos países árabes, desde o Maghreb até o Iraque. A vitória relâmpago de Israel na guerra dos 6 dias não melhorou o cenário. Ao contrário, reunidos em Khartum-Sudão, os lideres árabes responderam às ofertas de paz com os “três nãos”: não reconhecimento, não negociar e não à paz com Israel. O breve interregno aberto após a guerra de Yom Kippur em 1973, com as negociações e a conclusão da paz entre o Egito de A. Sadat e M. Begin, respectivamente presidente e primeiro-ministro, pareciam inaugurar uma nova fase nas explosivas relações entre árabes e judeus. Entretanto, uma nova Intifada prolongou o impasse entre palestinos e israelis, até o início das negociações de Oslo, em 1993. Militarmente derrotados, os palestinos mantiveram a exigência de uma total retirada de territórios ocupados, contando com o apoio não só dos países árabes, mas também das organizações internacionais, da União Européia e dos próprios Estados Unidos. Por mais complexa e intratável que pareça a situação, a solução mais provável a ser negociada é a criação do Estado palestino, conforme a proposta dopríncipe Saudita Abdulla, em troca do reconhecimento de Israel e da normalização de suas relações diplomáticas e comerciais com todos os países árabes.
Entretanto, o quadro complicou-se no seio dos militantes palestinos, com o surgimento, no início de 2002, das Brigadas dos Mártires, de Al Aqsa, uma organização secular, cujos ativistas de base vêm de organizações locais, sem coordenação do escalão político superior. Embora reconheçam Arafat como líder nacional, negam uma relação direta entre ele e as Brigadas. Consideram a resistência armada como forma de luta para promover objetivos políticos, a partir da premissa que esta não se resumirá com os acordos de Oslo. Não compartilham com a linha dura de outros grupos (Hamas e Jihad) que querem a destruição de Israel e aceitam a participação de mulheres na luta.
A repressão “linha dura” de Sharon levou a uma aliança estratégica entre os grupos armados opostos no cenário político palestino. A investida do exército de Israel nos territórios impeliu os militantes nacionalistas (Tanzin, Brigadas dos Mártires de Al Agsa) e os extremistas islâmicos (Hamas, Jihad) a superarem suas diferenças ideológicas, atuando como uma frente comum e deixando temporariamente as disputas sobre as características do futuro Estado palestino. Enquanto o Hamas preconiza a libertação da Palestina e a criação de um Estado Islâmico, do Mediterrâneo até o rio Jordão, o Tanzim- braço armado do Fatah, partido de Arafat - quer expulsar tropas e colonos israelenses dos territórios ocupados em 1967, para criar, ao lado de Israel, um Estado laico, com capital em Jerusalém Oriental.
Entretanto, o governo e as forças armadas israelenses equivocadamente consideram como terroristas tanto os grupos nacionalistas identificados com a ANP (Autoridade Nacional Palestina) e Arafat, quanto os militantes do Hamas e Jihad Islâmico, atribuindo toda a responsabilidade pelos atentados suicidas a Arafat. Diluindo-se as linhas distintivas, tornou-se difícil identificar interlocutores válidos para avançar em direção a negociações de paz, fortalecendo, ao mesmo tempo, os radicais que apóiam Sharon na caracterização de todos os palestinos, incluindo Arafat, como terroristas.
Após a invasão e destruição das cidades da Cisjordânia, Arafat e Sharon estão cada vez mais distantes de estabelecer um cessar-fogo e de entabular negociações, para chegar a um acordo de paz. Arafat não cumpriu sua promessa feita no acordo de Oslo de evitar ataques de terroristas a partir de territórios controlados pela ANP- Autoridade Nacional Palestina. Mas, também Sharon falhou, não oferecendo aos palestinos qualquer perspectiva confiável de realizarem seus objetivos por meios não-violentos.
A conseqüência mais direta da “guerra” travada é o isolamento de Israel de países amigos que o apoiaram e a deterioração de seu nome e prestígio perante a opinião pública mundial. Com todo o esforço de seu potencial militar, Sharon não foi capaz de fazer parar os ataques de guerrilhas suicidas, enquanto se destruía a tênue esperança de israelis e de palestinos, na possibilidade de um acordo justo para atender as reivindicações e expectativas dos dois povos. Sharon e seu grupo de apoio parecem não aceitar uma questão de princípio fundamental para qualquer movimento em direção à paz. Israel deverá abandonar a maior parte dos territórios conquistados em 1967, para que possa surgir um Estado palestino viável na faixa ocidental e em Gaza. Pior ainda, os ultra-nacionalistas – do partido Nacional Religioso – incorporados ao governo opõem-se à soberania palestina na faixa ocidental do rio Jordan e propõem uma futura emigração dos palestinos do país. Neste contexto, as propostas de Colin Powell de um avanço gradual, passo a passo em direção à paz parecem totalmente irrealistas: na verdade, um “salto” direto para sentar à mesa de negociações é ainda menos provável, tendo em vista o fosso que separa Sharon e Arafat.
Uma alternativa de superar o gradualismo, por mais distante que possa parecer, seria a constituição de uma força de segurança internacional encarregada da imposição da Resolução 242 de 1967 composta pela União Européia, EUA, Rússia e as Nações Unidas. A visita de Colin Powell teve entre seus objetivos oferecer a Arafat a “última chance” de declarar um armistício e de deter as milícias e os ataques-suicídas. Entretanto, ficou patente que mesmo declarando tal armistício, Arafat não teria condições de implementá-lo. Assim, também Sharon afirma procurar estabelecer um processo político “sem Arafat”, considerado chefe do terror. Na espera de surgimento de uma liderança palestina “responsável”, as tropas permanecem, apesar das promessas feitas a G.W. Bush, agravando o impasse.
Os últimos remanejamentos na Knesset – o parlamento israeli – com a incorporação ao bloco governista do grupo ultranacionalista de E. Eitan, a possível adesão do partido Gesher (D. Levy) e, posteriormente, da União Nacional – Pátria Israel dirigida por A.Lieberman, um imigrante russo, claramente prenunciam o endurecimento do governo, com a possível saída dos Trabalhistas (Shimon Peres – Relações Exteriores e Benjamin Ben Eliezer – Defesa).
"Aonde vamos?"

Mesmo no caso hipotético de um cessar-fogo, as negociações sobre a desocupação do território da margem ocidental, com o desmantelamento dos assentamentos, a divisão de Jerusalém e, sobretudo, a questão do retorno dos refugiados, enfrentarão obstáculos praticamente insuperáveis. Concomitantemente, cresce a onda de protestos no mundo árabe, levando milhares às ruas marchando, gritando palavras de ordem contra Israel e os EUA. Esses movimentos são dificilmente controlados pelos respectivos governos, criticados por sua passividade, enquanto aumenta diariamente o número de voluntários dos grupos radicais palestinos e árabes em geral. Não se pode ignorar que a revolta dos palestinos mobilizou quase toda a população dos territórios, potencializando o exército de “mártires” dispostos ao sacrifício de suas vidas. Também, não é possível esquecer que a política de ocupação sistemática dos territórios por assentamentos iniciou-se nos sucessivos governos trabalhistas nos anos 60, recebendo forte impulso com a ascensão ao poder do Likud, em 1977. Israel voltou a ser paria no cenário internacional, perdendo não somente a simpatia de países amigos, mas recebendo ameaças de sanções econômicas da União Européia – seu maior parceiro comercial.
Importa afirmar publicamente a necessidade de entregar os territórios, evacuar os assentamentos e devolver a parte oriental de Jerusalém. O ponto mais controvertido – a volta dos refugiados – deverá ficar para negociações posteriores, com a participação dos países árabes, os EUA e organizações internacionais. Se, apesar de todos os esforços, a posição dos palestinos permanecer irredutível, enquanto ocorra um endurecimento da posição dos israelis, cada vez mais na dependência de apoio dos ultra-radicais, a situação da região do Oriente Médio se tornará insustentável – um beco sem saída, com profundas implicações para o equilíbrio geopolítico e a estratégia da superpotência que pretende lançar-se, após a guerra “vitoriosa” no Afeganistão, em nova aventura contra o Iraque.
A situação é tão desesperadora que os líderes da oposição israelense chegaram a propor algo inimaginável até há pouco tempo atrás: a criação, à semelhança de que foi feito nos Bálcãs nos anos 90, de um protetorado internacional para os territórios ocupados, para restaurar a calma, até a definição final de seu status e futuro. Isto exigiria uma retirada das tropas israelis para convencer os palestinos da seriedade do processo, enquanto daria aos israelis o sentimento de segurança tão almejado. Por enquanto, as duas lideranças não parecem inclinadas a aceitar tal proposta – os israelis alegam que tal movimento significaria uma vitória dos “terroristas”, enquanto os palestinos afirmam que seria uma derrota da luta pela independência. Mas, independentemente da aceitação por israelis e palestinos, quem fornecerá as tropas para tal iniciativa?
Uma análise lúcida do conflito é apresentada por Amos Óz, escritor israelense bastante conhecido no Ocidente. (ver “Travamos duas guerras”, em Folha de S.Paulo, 07 de abril de 2002). Óz faz a distinção entre a luta de palestinos para libertar-se da ocupação e construir um Estado, independente. A outra guerra – a do islã fanático da Jihad, do Hamas e outros grupos terroristas – pretende destruir Israel e expulsar os judeus de sua terra. Segundo Óz, Arafat está travando as duas guerras simultaneamente, como se fossem uma só. Os seus guerreiros e “mártires” não fazem nenhuma distinção entre as duas, atacando indistintamente, militares e civis. Do lado de Israel, também prevalece o argumento simplista que permitiria a seus soldados reprimir todos os palestinos, pelo fato da “Jihad” islâmica total ser conduzida contra seus cidadãos. Óz também propõe a retirada dos territórios para afastar-se do controle de uma população hostil.
Somente com o fim da Jihad seria possível sentar-se à mesa das negociações da paz; caso contrário, Israel não teria outra saída do que lutar por sua sobrevivência, até o fim, com todas as possíveis implicações para o precário equilíbrio no Oriente Médio e no mundo atual.

> Sobre o conflito no Oriente Médio


Á escalada desenfreada de violência e ódio no conflito que opõe israelenses e palestinos ao longo dos últimos dezoito meses, impõe-se uma análise de origens e da evolução do conflito, dos atores intervenientes e seus objetivos e valores subjacentes. A ofensiva militar de Israel contra os territórios e as principais cidades palestinas, justificada perante a opinião pública mundial como um esforço de destruir a “infra-estrutura” do terrorismo certamente não prima por uma visão estratégica e política capaz de conduzir a um futuro consenso, com base em um diálogo mediado por representantes das Nações Unidas e outras organizações internacionais. Apesar da resolução recente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, favorável à criação de um Estado palestino ao lado do Estado de Israel, a tragédia mortífera no Oriente Médio prossegue aparentemente sem solução à vista. O texto procura esclarecer os fatos e estimular a discussão do problema que se tornou mundial em suas implicações.

- Os antecedentes históricos

Contrariamente ao senso comum, os conflitos entre judeus-israelenses e árabes-palestinos não surgiram apenas nos últimos anos, mas têm um histórico de mais de um século.

O início da colonização impulsionada pelos ideais zionistas– o retorno à terra bíblica, a volta à terra, tendo a agricultura como fonte principal de sustento e a cooperação dos produtores como base de uma sociedade mais justa – levou ondas sucessivas de “pioneiros” para a Terra Santa, desde o final do século XIX.

Naquela época, a região estava sob o domínio do sultão, dos Turcos Otomanos, esparsamente povoada por agricultores palestinos no lado ocidental, que seria posteriormente declarado como Estado de Israel, e por beduínos nômades na parte oriental, transformada pelos Ingleses no reino da Transjordânia, no final da Primeira Guerra Mundial.

Na primeira metade do século vinte, cresceu a população judaica da Palestina, em decorrência das ondas de perseguição e massacres, na Rússia Czarista e na Europa Oriental, impulsionando o movimento zionista, fundado na última década do século XIX, em Basiléia, na Suíça. Em 1917, em plena guerra mundial, a Grã-Bretanha divulgou a “Declaração Balfour” em que declarava ver com simpatia o estabelecimento de um “lar nacional” para os judeus na Palestina. Mas, concomitantemente, aumentou também a população árabe, por crescimento vegetativo e por imigração dos países vizinhos, mais pobres e economicamente mais atrasados. Ataques às colônias estabelecidas pelos pioneiros ocorreram esporadicamente, ganhando maior ímpeto e adesão em 1929, nas cercanias de Jerusalém e em 1935-36, as vésperas da Segunda Guerra Mundial, o que levou o governo britânico a editar o “livro branco”,restringindo a imigração de judeus, apesar de números crescentes de refugiados da Alemanha nazista e da Europa Central e Oriental. Durante a Segunda Guerra, houve movimentos militares anti-britânicos no Egito e no Iraque favoráveis à Alemanha, cujas tropas estavam avançando em direção ao Canal de Suez pelo Norte da África, chegando às portas de Alexandria, e pelas estepes da União Soviética, em direção aos poços de petróleo, no Cáucaso. Reprimidas as revoltas dos oficiais egípcios e iraquianos, os ingleses passaram a apoiar-se na população judia da Palestina, em cujo território instalaram bases operacionais e amplas instalações de recondicionamento de tanques e artilharia, destroçados pelos blindados alemães do General Rommel. Ademais, criaram uma Brigada Judaica, para serviços de suporte às tropas combatentes no Norte da África. Terminada a guerra e reveladas as dimensões apocalípticas do Holocausto, a pressão da opinião pública mundial e sobretudo, da americana, levaram a Assembléia Geral da ONU a aprovar em 1947 um plano de partilha da Palestina, em um Estado judeu e outro palestino. Convém frisar que todo o território não passava de 27.000 km2, dos quais pelo menos 1/3 se situava no deserto de Neguev. Com o fim do mandato inglês e a retirada das tropas britânicas irrompeu a guerra da independência, em que o novo Estado de Israel enfrentou os exércitos do Egito, Síria, Tranjordânia, Líbano, Iraque e os próprios palestinos, muitos dos quais foram induzidos a abandonar seus lares, na expectativa de um próximo retorno com a vitória dos exércitos árabes. Assim, segundo Meron Benvenisti, historiador israeli, ....”dezenas de vilarejos, centros urbanos e 400.000 hectares de terras cultiváveis foram abandonados por seus habitantes - cerca de 600.000 – que se transformaram em refugiados, nos próprios países árabes. É esta massa de refugiados, estimados em 3 milhões espalhados nos campos do Líbano, da Jordânia e da faixa de Gaza, que constitui o problema mais espinhoso nas negociações sobre o futuro da relação entre Israel e o Estado palestino a ser criado. No fim da guerra, com o armistício imposto pelas Nações Unidas, Israel ocupava, além de sua parte, também áreas cedidas aos palestinos pelo plano da partilha. Em 1956, numa guerra relâmpago contra o Egito de Gamal A. Nasser, as tropas israelenses chegaram até o Canal de Suez, recentemente nacionalizado pelo Egito, o que provocou a reação da França e Grã-Bretanha que se juntaram à guerra ao lado de Israel. Nesse impasse, Nasser foi salvo pela intervenção diplomática conjunta dos EUA e da União Soviética que forçaram a retirada das tropas estrangeiras do território egípcio. Em 1967, eclodiu um novo conflito, em que Israel enfrentou os exércitos do Egito, Síria e Jordânia, conquistando as colinas do Golan no norte, a faixa de Gaza e o deserto do Sinai do Egito e a Cisjordânia, incluindo a parte árabe de Jerusalém, da Jordânia. Longe de aplacar os ressentimentos e desejos de vingança, a vitória na “guerra dos seis dias” deu origem a um movimento de irredentismo e ações de terrorismo por parte dos palestinos, apoiados com armas e recursos financeiros pelos países árabes, mas que não se dispuseram a acolher e integrar os refugiados. Ao contrário, em setembro de 1971 ocorreu um massacre de milhares de palestinos nos campos de refugiados, pelas tropas do rei Hussein, na Jordânia.

Novamente, em 1973, os exércitos árabes do Egito e da Síria lançaram uma ofensiva-surpresa, durante o feriado judaico de Yom Kippur. Embora inicialmente bem sucedido devido ao efeito surpresa, as tropas árabes foram derrotadas e milhares foram feitos prisioneiros de guerra. Mas, em 1977, com a intervenção do presidente J. Carter, o governo israeli (do conservador M. Begin) iniciou conversações com o Egito, com o resultado de um acordo de paz e a devolução do Sinai. Em 1982, sob o comando do atual primeiro ministro, o então general Ariel Sharon, as tropas israelenses invadiram o Líbano, chegando à capital Beiruth, quando a milícia cristã massacraram milhares de palestinos, sem que os israelenses interviessem para deter a fúria dos milicianos. A ocupação da parte meridional do Líbano prolongou-se até 2000, caracterizada por ataques às cidades e colônias israelenses pelas milícias Hizbollah (os soldados de Deus) até a desocupação militar do território. Entretanto, após gestões prolongadas de diplomatas escandinavos, israelenses e palestinos iniciaram em 1993 um processo de paz que previa a retirada gradual de Israel dos territórios, em troca de reconhecimento pelos palestinos do Estado judeu. Mas enquanto prosseguiram as reuniões intermitentes, mediadas pelo presidente Clinton, os israelis (mesmo sob o governo trabalhista de I. Rabin) continuaram com a política de assentamentos na Cisjordânia e em Gaza, enquanto os palestinos não pararam sua estratégia de atentados. Em julho de 2000, o então primeiro ministro Ehud Barak avançou na oferta de devolução de até 95% dos territórios e de divisão da soberania sobre Jerusalém – um ato que quase certamente teria sido vetado pelo Parlamento – que foi rejeitado por Yasser Arafat. Em conseqüência, Barak perdeu a maioria no Parlamento, o que levou à ascensão de Sharon e da ala dos grupos mais radicais, na condução da guerra e da política israelense. As vésperas da visita de Colin Powell ao Oriente Médio, os palestinos intensificaram os atentados suicidas a alvos civis e o exército de Israel ocupou as principais cidades da Cisjordânia, na caça aos terroristas. Dos dois lados predominam os extremistas, o que afasta cada vez mais as chances de paz. Arafat parece ter perdido o controle dos grupos radicais, enquanto Sharon não dá sinais de ter renunciado à manutenção dos assentamentos nos territórios ocupados. Quais são então as chances de um armistício que levaria à negociação de paz? À complexidade dos problemas em jogo – assentamentos, devolução de territórios, Jerusalém, refugiados – vem acrescentar-se o peso dos atores políticos, internos e externos, que complicam ainda mais o cenário político e estratégico. A visão e ação norte-americanas expressas na doutrina de Bush, de “guerra contra o mal” embaralha o jogo, enquanto estimula e legitima a escalada militar de Israel, supostamente alinhado ao combate universal contra o terrorismo.

> O Nacionalismo do Século XXI

O tema em questão suscita duas condições prévias, as quais o Nacionalismo do séc. XXI deverá sempre ter em conta: a pluralidade ideológica e metodológica na atitude nacionalista e a ausência de dogmatismos quando abordamos os desafios com que nos confrontamos. Lembrando Guillaume Faye, autor que tem tanto de profeta como de genial, designo o mundo actual como um palco onde convergem catástrofes nunca antes verificadas na história da humanidade, considerando que estas ocorrem desconcertadamente a nível global. Comecemos pelo desmantelamento do tecido social europeu, provocado pelo consumo de drogas no seio da juventude, associado ao império da criminalidade que, cada vez mais, assume uma face legal, lavada, “civilizada”, por força do capitalismo financeiro e especulador, que vai, progessivamente, desalojando a economia produtiva radicada no trabalho e na poupança. A especulação nos mercados, o endividamento, o consumismo, a cega privatização dos serviços públicos são o espelho desta nova “velha” economia! A estupidificação do grande público por via do electrovisual e audiovisual – televisão, jogos de vídeo, programas de entretenimento – contribui decisivamente para o desarmamento das defesas morais e espirituais das Nações, remetendo os seus povos para a alienação e ignorância. Os confrontos e choques, cada vez mais frequentes, entre grupos étnicos e neo-tribais nas grandes metrópoles europeias resultam em sentimentos de insegurança e angústia nas populações autóctones. O fenómeno da “terceiro-mundialização” da Europa através da invasão de não europeus (afro-asiáticos) com a consequente “ghettização” desses mesmos grupos étnicos acompanhados da desvalorização dos salários, que só favorecem a grande plutocracia, levam-nos inevitavelmente ao conflito final. Por outro lado, o envelhecimento da Europa, bem visível nas estatísticas, somado à desvalorização do matrimónio, ao estímulo ao aborto livre e à ideologização dos grupos de pressão homossexuais – o homossexualismo ideológico – contribuem para uma crise económica e demográfica sem precedentes entre os povos europeus. Paralelamente a esta Europa debilitada e enfraquecida, vivemos o caos no Sul, particularmente em África, no Sul da Ásia e, em alguns casos, na América do Sul. A partir do Mahgreb, aqui tão perto, multidões de jovens desempregados, munidos do islamismo militante e agressor, estão preparados para invadir. O caos étnico e económico-social de países como a Nigéria, Somália, Libéria, Indonésia, Afeganistão e outros, associado à subida de todo o tipo de integrismos religiosos e políticos, mas todos com um denominador comum: o ódio às nossas culturas e ao nosso modelo civilizacional, constituem uma síntese que se revela uma ameaça imediata e perigosa à nossa estabilidade e identidade. O corolário desta ameaça é a possibilidade de alguns países utilizarem a energia nuclear para fins militares, projectando assim o terrorismo a situações inimagináveis...
Sejamos frontais: estamos envolvidos num conflito de contornos visíveis e invisíveis em que a nossa identidade mais remota e a nossa sobrevivência estão em risco! Para não referir a ameaça ecológica que, paulatinamente, vai correndo o nosso planeta, consequência dos mitos do progresso interminável de inspiração demo-liberal de índole mundialista. A pandemia da SIDA em África chegou ao limite dos Estados Unidos a considerarem como uma ameaça à sua própria segurança nacional, enquanto que nós, europeus, cerramos os olhos a este cenário demolidor aqui tão perto

Cometemos o erro trágico de encararmos o outro como o imaginamos no nosso imaginário; é esta a atitude de Portugal e da Europa nos últimos sessenta anos! Com o intuito de enfrentarmos as catástrofes que o futuro nos oferece, impõe-se, antes de mais, definir quem são os nossos amigos, adversários e inimigos. Uma cuidadosa leitura de Karl Schmidt permite-nos deter os instrumentos de análise necessários e capazes para definir o nosso percurso num mundo cada vez mais complexo e polarizado. Outro imperativo ao qual não podemos fugir é o de possuirmos uma perspectiva do globo numa dimensão “geocultural”, em que a Geografia predomina sobre o lirismo político. Rudolf Kjellen, politólogo, geopolítico e filósofo, de nacionalidade sueca, ser-nos-á bastante útil. Na linha do seu pensamento definimos Portugal como um País Ibérico, Latino e Europeu. Esta premissa é fundamental para compreender o nosso futuro como povo! Temos que conviver com a trágica, mas estimulante, consciência de que retornámos ao nosso espaço geográfico de partida, o qual – paradoxalmente – se tornou, passados tantos séculos, o nosso ponto de chegada: a Península Ibérica, a Europa. A identidade etnocultural é o nosso último reduto na retirada, se quisermos ter viabilidade como realidade nacional. Num mundo que é, cada vez mais, um gigantesco “hipermercado”, onde tudo se dissolve anonimamente, é na memória mais remota, a que expulsou os árabes invasores, e não a que conquistou ou expulsou, que nos devemos apegar! A memória funciona hoje como instrumento insubstituível de análise do presente e projecção do futuro. Sobretudo quando Portugal e a Europa estão sendo ocupados física e espiritualmente!
- Pistas para o futuro...
Num contexto político de adversidade como o que vivemos hoje, a criação e desenvolvimento de Associações, Fundações, Revistas, Comunidades e, inclusivé, Partidos, onde coexistem e corporizam as diferentes famílias e correntes do Nacionalismo Português, são tão urgentes como necessárias. Sem se cair na “doença infantil” do nacionalismo, expresso na “fulanização” dos pequenos chefes, ou na tentação grupuscular, todos os movimentos, associações e organizações deverão estabelecer um pacto de respeito pela identidade e personalidade de todos os integrantes do movimento nacionalista, entendido este na sua globalidade. Os parâmetros fundamentais da nossa acção comum devem assentar na preservação da nossa mais profunda identidade, reflectida nos campos etno-linguístico, cultural, artístico, patrimonial, arquitectónico e económico. A visão geopolítica e internacional de Portugal deve estar subordinada à construção – e esta é uma perspectiva intimista – de um gigantesco Espaço geopolítico e geoeconómico fundamentado na memória colectiva, cultural e civilizacional comum: o nosso Lar europeu. Nele se incluirá, no futuro, a Rússia, e se exclui, por razões óbvias, a Turquia. A expressão político-constitucional desse Espaço realizar-se-á de acordo com a vontade dos povos e Nações europeias e contra os nossos inimigos que nos pretendem aniquilar. Desse modo, poderemos enfrentar os Islâmicos, que lentamente nos vão cercando, e competir de igual para igual com os Estados Unidos. No caso particular de Portugal, o Brasil poderá complementar a nossa projecção na política internacional. As nossas comunidades espalhadas pela Europa e pelo mundo devem converter-se em elementos activos e promotores da nossa cultura e identidade, em particular no que concerne à Língua Pátria. Quanto à nossa posição no Continente Africano, as nossas relações deverão pautar-se pelo respeito mútuo de cada um dos espaços geopolíticos e simultaneamente manter as melhores relações comerciais e económicas, abandonando, desde logo, os delírios de qualquer eventual integração política, que seria, no mínimo, suicida e destruidora de Portugal, tal como o concebemos. Em síntese, minhas senhoras, meus senhores, camaradas e amigos: o futuro da nossa Nação, da nossa Pátria, deverá radicar, por um lado, na nossa grande família civilizacional: a Europeia; por outro, na única aristocracia que reconheço: a do carácter e do espírito, nas tradições mais longínquas do nosso Povo e, finalmente, na Justiça social da nossa vivência comunitária.

domingo, 11 de setembro de 2011

BIBLIOGRAFIA

Bibliografias referentes aos tópicos:

- Origem do conceito de nacionalismo
- Difusão do nacionalismo no século XIX
- A origem do conceito de estado – nação

http://pt.wikipedia.org/wiki/Nacionalismo

http://educacao.uol.com.br/sociologia/ult4264u24.jhtm

http://www.brasilescola.com/historiag/nacionalismo.htm

http://www.infopedia.pt/$estado-nacao

> A origem do conceito de estado – nação

Estado-Nação

A ideia de Estado-nação nasceu na Europa em finais do século XVIII e inícios do século XIX. Provém do conceito de "Estado da Razão" do Iluminismo, diferente da "Razão de Estado" dos séculos XVI e XVII. A Razão passou a ser a força constituidora da dinâmica do Estado-nação, principalmente ao nível da administração dos povos. A ideia de pertença a um grupo com uma cultura, língua e história próprias, a uma nação, foi sempre uma das marcas dos europeus nos últimos séculos, ideal que acabariam por transportar para as suas projeções coloniais. Há um efeito psicológico na emergência do Estado-nação, pois a pertença do indivíduo a tal estrutura confere-lhe segurança e certeza, enquadramento e referência civilizacional. O Estado-nação afirma-se por meio de uma ideologia, uma estrutura jurídica, a capacidade de impor uma soberania, sobre um povo, num dado território com fronteiras, com uma moeda própria e forças armadas próprias também. É na sua essência conservador e tendencialmente totalitário.
O aparecimento do Estado-nação corresponde à fase nacionalista do Ocidente e ao seu processo de industrialização. Assim, o seu surgimento justificou investimentos tecnológicos e com eles lucrou, fomentando as economias nacionais e gerando capacidades militares de defesa e mesmo de ataque. Além do mais, transformou o nacionalismo numa ideologia que não mais parou de ganhar adeptos e permitiu aspirações de natureza econômica e territorial. Marx defendeu ainda que o proletariado era apátrida, era internacional, mas a Primeira Guerra Mundial, na sua origem como nas suas consequências, acabou por reforçar a ideia do Estado-nação e dos nacionalismos. Estes foram combatidos pela União Soviética, plurinacional mas internacionalista, mas que na sua desagregação acabaria por ver irromper, no seu antigo território, tantos Estados-nações amordaçados durante mais de setenta anos. A União Soviética, no entanto, não era um Estado-nação, mas um conjunto de 15 Estados-nações e mais de 100 povos por eles espalhados, muitos nómadas e clânicos mas, com a sovietização, enquadrados dentro de limites territoriais impostos por Moscovo.
Se nasceu entre as potências colonizadoras no século XIX, também nesta centúria o conceito de Estado-nação ganharia os povos da Europa de Leste, ameaçando ruir os antigos impérios dinásticos da Europa, nomeadamente o Austro-Húngaro, em cujo seio estalou a Primeira Guerra Mundial, graças a um estudante sérvio que lutava pela proclamação de um Estado para a sua nação sérvia. Era a época dos nacionalismos e da emergência das nacionalidades, que Estaline reprimiria na União Soviética e que Hitler tentara subjugar com o nazismo, mas que acabou por sair da Europa e conquistar outros continentes, acelerando a descolonização africana, por exemplo. Nalguns casos, no pós-Segunda Guerra, o nacionalismo ganhou um cariz religioso, como o Irão xiita, noutros assumiu o comunismo como bandeira ideológica e política.
Mas na Europa, com Charles de Gaulle e Jean Monet, por exemplo, sem se perder a ideia do Estado-nação, criou-se, com a Comunidade Europeia, a Europa das Nações, que tem paralelo militar e político na NATO e até nas Nações Unidas. As nacionalidades não se diluíram, pelo contrário, como nos Balcãs, antes se agruparam na prossecução de interesses e estratégias que só em comum em concertação poderiam superar crises e estabelecer vias e metas para o futuro. Outros pontos do globo, a ideia de um povo, uma língua, um território, logo uma nação, daí a necessidade de Estado, a independência enfim, tem pulverizado e retalhado antigos grandes Estados, gerando conflitos e escaladas de violência inusitadas.

> Difusão do nacionalismo no século XIX

O processo revolucionário francês teve grande importância para que uma nova perspectiva se firmasse dentro da Europa. Durante esse evento, muitos revolucionários interpretavam a sua luta como a ação tomada em defesa dos interesses de seu próprio país. Nobres, conservadores, membros da Igreja e os exércitos estrangeiros eram vistos como os grandes inimigos da nação. A partir dessa perspectiva tínhamos delineado as primeiras manifestações do sentimento nacionalista.
No século XIX, vários intelectuais passaram a discutir quais seriam os elementos históricos e culturais que poderiam definir a identidade nacional. Muitas vezes, buscando a construção de um argumento forte, os pensadores do nacionalismo procuravam na língua, nos mais diversos comportamentos e na História a definição do perfil comum dos indivíduos pertencentes à nação. Não raro, argumentos de ordem mítica reforçavam um ideal de superioridade a ser compartilhado.
Comparativamente, a doutrina nacionalista colocava a defesa da nação acima de outras experiências e instituições tais como o Estado, a Igreja, o partido político ou o sindicato. Paralelamente, também devemos destacar que o sentimento nacional provocou transformações profundas na relação das nações entre si. O verdadeiro nacionalista deveria sempre acreditar e perceber que a soberania de sua nação estava acima dos interesses particulares e das ameaças estrangeiras.
Para os liberais, o nacionalismo acabava sendo interpretado como um grande desdobramento do próprio liberalismo. Afinal de contas, a busca pelo direito de escolher seu próprio governo, criar suas próprias leis e defender o território integravam o amplo conjunto de lutas que garantiriam a liberdade e a igualdade. Em contrapartida, podemos ver que este movimento ia de encontro às doutrinas socialistas que conclamavam a união dos trabalhadores de todo o mundo.
No campo das ações históricas, o nacionalismo serviu de inspiração para importantes eventos do século XIX. Em 1848, durante a chamada “Primavera dos Povos”, várias ações revolucionárias tomaram a Europa. Em muitas dessas ocasiões, a defesa dos “interesses nacionais” acabou servindo de mola propulsora contra as injustiças e os resquícios do regime absolutista. A partir de então, o Velho Mundo se modificara com a aparição de novos governos e nações como Alemanha, Itália e Hungria.
Não se restringindo a esse movimento específico, podemos ver que o pensamento nacionalista também influenciou no acirramento das rivalidades entre diferentes países. Durante a era imperialista, a disputa por zonas de exploração econômica acabou alimentando a rivalidade entre diferentes países. Chegando ao século XX, podemos ver as guerras mundiais e os movimentos totalitários como outras experiências ligadas à perspectiva nacionalista.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

> Origem do conceito de nacionalismo

O nacionalismo é uma tese. Em sentido estrito, seria um sentimento de valorização marcado pela aproximação e identificação com uma nação, mais precisamente com o ponto de vista ideológico. Segundo Ernest Gellner (1983) o nacionalismo é a ideologia fundamental da terceira fase da história da humanidade, a fase industrial, quando os estados nação se tornam a forma de organização político cultural que substitui o império .


- Nacionalidade e direitos humanos

O nacionalismo produziu resultados politicamente ambíguos. O Estado-nação e o nacionalismo propiciaram a base para a estruturação da cidadania moderna (baseada no princípio de igualdade cívica), e foi a partir dela que os ideais de direitos humanos se originaram.
Porém, a mesma força que integra e une os cidadãos de um determinado Estado-nação também é responsável pela divisão e conflito entre as diversas nacionalidades. Os exemplos mais recentes surgiram no final do século 20.
Na década de 1990, a desintegração do Estado soviético e o fim do socialismo na Europa oriental propiciaram o aparecimento de movimentos nacionalistas etnocêntricos e xenófobos, que empregaram brutais formas de violência (políticas de purificação étnica, eliminação física das minorias raciais e culturais etc.).
Isto tudo como meio de assegurar a homogeneidade e integração social e a construção de novos Estados.